terça-feira, 4 de agosto de 2015

O Faminto

   Deus mais uma vez estou aqui, clamando para que me veja, estou jogado na rua a dias e ninguém me percebe, vez ou outra alguém me deixa alguma moedas, dez, vinte centavos é o que me resta para tentar comprar um pão, tentar ficar vivo por mais um dia.

   Deus dos cristãos, deus dos hindus, deus de qualquer religião, por favor alguém existe? Alguém pode ver que eu existo?

   Um homem de terno preto e gravata de cor vermelho berrante resolveu sentar ao meu lado, realmente não tenho ideia do que ele quer comigo, então ele me pergunta meu nome - estou a tanto tempo na rua que já não me lembro meu nome de batismo então o respondo - me chame apenas de faminto, todos me chamam assim, então o homem levantou rapidamente e me puxou para cima, me deu um forte abraço, eu pude sentir suas lagrimas em meus ombros, neste momento comecei a chorar junto a ele, então ele me disse: Faminto, espere só mais um pouco que eu voltarei, trarei para ti uma coisa que já deveria ter te entregado

   Fiquei esperando, no mesmo lugar, por algumas horas, clamando por comida mas só recebia desprezo enquanto esperava por aquele homem, então ele apareceu me trazendo uma maleta, no exato momento fiquei com medo mas ele veio correndo até mim, então não pude fugir, ao abrir a maleta vi, todos os meus tesouros, cada desenho, cada figura, cada coisa minha, então ele me disse que tinha encontrado essa maleta em uma casa antiga, eu sabia que era a minha por alguma razão, então ele me abraçou e disse: Velho homem, por favor, volte comigo, vamos para casa - Ambos chorando muito ouço a voz dele quase gemendo - pai, volte para a casa comigo…

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